Introdução
Lombalgia como diz o nome é a dor localizada na região lombar.
A história da lombalgia é antiga, pois esta região carrega as conseqüências da má postura, da falta de exercícios orientados, do excesso de peso, do stress da vida moderna e da falta de cuidados para executar nossas tarefas diárias.
Epidemiologia
A coluna vertebral é formadas por ossos conectados entre si que se chamam vértebras.
Tem função de suporte de peso, permitir movimentos e de proteger a medula espinhal.
É Dividida em coluna cervical, dorsal e lombar e esta última é que suporta a maior carga do peso corporal.
A coluna lombar é constituída por 05 ossos (vértebras), estando estes separados na região anterior pelo disco vertebral e unidos através dos ligamentos.
Inferiormente se articula com o Sacro e superiormente com a coluna dorsal (T12).
Devido à sua localização e grau de mobilidade está sujeita a muitas doenças que se fazem mais presentes quando ocorre alteração genéticas ou adquiridas, como espondilolistese (escorregamento vertebral), desvios de eixo (como escoliose), seqüelas de trauma ou osteoporose.
Também os desequilíbrios musculares causados pela má postura ou gravidez podem causar alterações mecânicas e dor lombar.
Diagnóstico
O Diagnóstico da lombalgia é realizado através de história clínicadetalhada.
O questionamento sobre as atividades diárias fornece informações importantes sobre os fatores que contribuem para o desequilíbrio mecânico postural.
A característica da dor leva à suspeita de patologias infecciosas ou tumorais, as quais estão associados com febre ou queda do estado geral.
Deve se pesquisar a história da dor, localização, fatores que a melhoram ou pioram, horário de aparecimento e presença de trauma anterior.
O exame físico complementa a história clinica.
Deve-se verificar se há desnivelamento da pelve, desvios no eixo (escoliose, hipercifose e hiperlordose) e diferença no comprimento dos membros inferiores.
Na palpação procura-se localizar pontos dolorosos ou massa palpável.
A mobilidade da coluna deve ser testada em todos os sentidos.
O exame neurológico deve pesquisar os níveis sensitivos do 1º nervo lombar (L1) até o nervo sacral (S1)(Veja a figura abaixo).
O exame motor deve ser feito por grupos musculares:
1- Flexão do quadril (Músculo Ileopsoas inervado de T12 à L3);
2- Extensão do joelho (Músculo Quadriceps inervado por L2,L3 e L4);
3- Adução do quadril (Músculos Adutores inervado por L2,L3 e L4);
4- Extensão do halux (lnervado por L5).
Em relação aos reflexos, o reflexo patelar corresponde a L4 e o Aquileo corresponde à S1.
Os reflexos patológicos pesquisados são o de Babinski (testado na planta do pé) e o de Oppenhein (testado na crista da tíbia).
Ambos quando positivos manifestam-se com a extensão dos dedos dos pés (normal é a flexão).
Após o exame neurológico, deve se avaliar os testes específicos como o de Lasegue (dor quando se eleva até 30 graus o membro inferior), Miigran, Hoover, Kernig e Fabere.
Os exames complementares que podem ser pedidos são aos radiografias, tomografia computadorizada ,ressonância nuclear magnética, densitometria ,cintilogralia óssea e exames laboratorias (hemograma, vhs, eletroforese de proteína, etc).
Veja abaixo alguns exemplos :
Tratamento
A lombalgia é uma patologia que envolve múltiplos aspectos, necessitando portanto de uma visão e abordagem multidisciplinar.
A falta desta abordagem tem favorecido o aparecimento de “técnicas milagrosas”.
Durante a crise de lombalgia deve ser indicado o repouso relativo por até 03 dias podendo se maior quando associado com ciatalgia.
Deve se estimular o paciente para retorno o mais breve possível ao trabalho e às atividades esportivas.
O uso de calor local (profundo) e a eletroterapia são eficazes para o alívio da dor.
A manipulação manual ainda não tem comprovação científica como opção para o tratamento.
O uso de anti-inflamatórios e relaxantes musculates são bem indicados e possibilitam melhora da dor, porém não devem ser usados por mais do que 01 semana (devendo se levar em conta o custo destas drogas e os efeitos colaterais causados).
Após o tratamento da fase aguda, deve se voltar para evitar as recidivas.
Assim é importante procurar corrigir os fatores de risco como obesidade, sedentarismo, posturas inadequadas e o tabagismo.